Secretaria de Cultura e RioFilme promovem visita às obras do novo CineCarioca José Wilker, em Laranjeiras
Fonte e foto: Prefeitura do Rio
Laranjeiras vai ganhar um cinema de rua para chamar de seu. Melhor, para chamar de José Wilker (1944-2014), nome escolhido pela RioFilme – órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura – para batizar o novíssimo espaço, que terá duas salas de exibição para 66 espectadores cada (incluindo PCDs). O equipamento está sendo construído no sexto edifício das Casas Casadas, imóvel que, hoje, abriga a RioFilme, além de um centro de estudos e pesquisas da PUC-Rio e, em breve, receberá um ponto da Universidade de Oxford, da Inglaterra.
Nesta terça-feira (19/12), o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero, conduziu uma visita guiada pela obra, ao lado do diretor-presidente da RioFilme, Eduardo Figueira, e da filha de Wilker, Mariana de Vielmond, reunindo jornalistas, representantes do setor audiovisual, entre exibidores, distribuidores e produtores. A inauguração deve acontecer em até seis meses. Ainda no começo do ano que vem, a RioFilme deverá preparar o edital para escolher a empresa que será responsável pela gestão do espaço.
Uma das metas centrais da RioFilme é investir no fortalecimento do circuito de cinemas de rua na cidade, por isso a chegada do novo equipamento, ampliando, desta forma, a rede CineCarioca, que já conta com uma sala no Alemão.
– Entre algumas ações para fomentar o cinema de rua, não podíamos descuidar de um patrimônio que já é da Prefeitura. Não adianta a gente só investir em reabrir o cinema de rua da Penha, a Cinemateca do MAM, o Ponto Cine de Guadalupe e os de Botafogo, deixando de lado um cinema nosso – disse Marcelo Calero.
O projeto prevê um espaço totalmente novo e modernizado, com investimentos na troca de toda a parte elétrica, hidráulica, serviços de climatização e acústica, instalação de sistema de prevenção de incêndio, modernização tecnológica, adequações de acessibilidade, com instalação de rede wi-fi, reforma e construção de instalações sanitárias, entre outras melhorias como bilhetagem e totem eletrônico, iluminação externa, reforma do jardim e da fachada. Tudo feito com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal.
– Eu lembro com muita emoção da época que meu pai trabalhou aqui na RioFilme por que era algo que ele fazia com muita dedicação. Ele acreditava muito no poder de transformação da empresa dentro do Cinema Nacional. Então, eu recebi com essa mesma emoção a notícia que a Secretaria de Cultura estava criando o CineCarioca José Wilker, dentro da RioFilme que eu entendo que é a casa dele, entendo que ele continua aqui nessa casa e ele vai então continuar fazendo o cinema acontecer que era uma coisa tão dele, tão característica dele – comentou Mariana de Vielmond, que nasceu na data de morte do pai: 5 de abril. – Um renascimento.
A área total do equipamento é de 897,12 metros quadrados, que serão divididos entre as salas de cinema e outros espaços de convivência e de ampla programação cultural, que tem previsão de funcionamento 361 dias por ano, de acordo com o edital. Um novo espaço para consumir cinema e ainda eventos de lançamentos, experimentações estéticas e, ao encontro do que defendia José Wilker, de vanguarda, com foco em aprendizado.
Histórico do equipamento
As Casas Casadas foram construídas entre 1874 e 1880, tombadas em 1979 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) e posteriormente pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). O espaço é uma das construções mais representativas e originais da cidade, sendo o único remanescente do tipo de residência multifamiliar, que antecede os edifícios residenciais atuais. Foi adquirido em dezembro de 1994 pela Prefeitura do Rio, que promoveu sua restauração, concluída em 2004, quando passou a abrigar a sede da RioFilme, empresa criada em 1992 pela Prefeitura do Rio.
À época, o diretor-presidente era o ator José Wilker, um dos mentores da iniciativa para que o espaço fosse recuperado e entregue à população, como sede da empresa. Wilker, que nasceu em Juazeiro do Norte, no Ceará, em 1946, presidiu a RioFilme por cinco anos, entre 2003 e 2008.