PBH prorroga inscrições para o edital Prêmio Mestres da Cultura Popular
Fonte e foto: ASCOM/Prefeitura de Belo Horizonte
O prazo de inscrições para a 6ª edição do Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte foi prorrogado pela Prefeitura de Belo Horizonte. Conforme publicação no Diário Oficial do Município na quinta-feira (20), estende-se até esta sexta-feira (28) a possibilidade de os interessados submeterem as candidaturas de forma gratuita. O Prêmio é uma iniciativa Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura e tem como objetivo reconhecer, valorizar e divulgar a atuação dos Mestres da cultura popular, contemplando 25 responsáveis pela transmissão e perpetuação de saberes, celebrações e formas de expressão que compõem o patrimônio cultural imaterial da nossa cidade. Cada um receberá o prêmio de R$15 mil, totalizando um investimento de R$375 mil, além de um certificado alusivo ao título de “Mestre da Cultura Popular de Belo Horizonte”.
Os interessados devem encaminhar toda a documentação solicitada exclusivamente pelos Correios, para o endereço da Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público – DPCA da Fundação Municipal de Cultura (Rua Professor Estevão Pinto, nº 601, Bairro Serra, CEP 30220-060, Belo Horizonte – MG). O edital completo está disponível para consulta no Portal da PBH.
O Prêmio Mestre da Cultura Popular de Belo Horizonte é financiado com recursos do Fundo de Proteção ao Patrimônio Cultural de Belo Horizonte – FPPC-BH, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura – SMC, com a finalidade de prestar apoio financeiro, em caráter suplementar, a projetos e ações destinados à promoção, preservação, manutenção e conservação do Patrimônio Cultural do Município.
Como concorrer ao prêmio?
Para se candidatar ao Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte, o Mestre ou a Mestra deve ter idade igual ou superior a 50 anos, ser atuante em Belo Horizonte há pelo menos 10 anos e possuir o reconhecimento de sua comunidade. Entende-se por Mestre da Cultura Popular a pessoa física detentora de saberes que tenha notório conhecimento, longa permanência na atividade e que seja reconhecida, por sua própria comunidade, como referência na transmissão de saberes, celebrações ou formas de expressões da tradição popular. No edital, cultura popular é entendida como “o conjunto de criações que emanam de uma comunidade cultural, fundadas na tradição, expressas por um grupo ou por indivíduos e que reconhecidamente respondem às expectativas da comunidade enquanto expressão de sua identidade cultural e social” (UNESCO).
As criações, saberes e fazeres da cultura popular possuem formas singulares de transmissão entre gerações, com linguagem própria, geralmente, mas não exclusivamente, baseada na oralidade, no exemplo e no próprio processo de recriação. Marcadas por rupturas e permanências, possuem caráter dinâmico, sendo constantemente recriadas e retraduzidas no contexto social em que se inserem, promovendo o diálogo entre o tradicional e o moderno. São exemplos de áreas de atuação dos Mestres as artes da cura; a medicina popular; o manejo, plantio e coleta de recursos naturais; a culinária tradicional; jogos e brincadeiras; contação de histórias e outras narrativas orais; poesia e literatura popular; músicas, cantos e danças; rituais, festejos e celebrações; artes e artesanato; ofícios, saberes, técnicas ou “modos de fazer”.
A seleção dos premiados considera o tempo de atuação do Mestre ou Mestra na prática cultural à qual representa; sua contribuição para a formação de aprendizes ou para a continuidade da prática cultural; a importância da prática transmitida para a conformação da identidade, dos valores e sentimentos de pertencimento de uma determinada comunidade ou grupo social. Importante também destacar a situação de risco da prática cultural transmitida pelo Mestre e o protagonismo em suas ações, iniciativas e práticas culturais. Constitui ainda importante item de avaliação para concorrer ao Prêmio, a contribuição ao combate aos preconceitos de gênero, étnico-racial, geracional, ou por orientação sexual e identidade de gênero, bem como o protagonismo de mulheres, negros, idosos (60 anos ou mais), pessoa com deficiência (PcD), indígenas, ciganos ou LGBTQIA+. É vedada a participação de ganhadores do prêmio em suas edições anteriores.
Todo o processo de habilitação e seleção dos Mestres e Mestras será realizado por uma Comissão de Habilitação e Seleção, composta por, no mínimo, 06 (seis) membros e seus respectivos suplentes, sendo 03 (três) representantes da Secretaria Municipal de Cultura – SMC e ou da Fundação Municipal de Cultura – FMC e 03 (três) representantes da sociedade civil, de reputação ilibada, de reconhecido prestígio e notório saber no campo do Patrimônio Cultural e das culturas populares e tradicionais que serão convidado(a)s pela Secretaria Municipal de Cultura.
Premiação tradicional
O Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte foi criado em 2014 com a intenção de identificar e salvaguardar saberes, celebrações e formas de expressão aos portadores de referências à identidade, à história e à memória de determinados grupos formadores da sociedade belo-horizontina. Suas três primeiras edições, realizadas nos anos 2014, 2015 e 2019, contaram com a premiação de três selecionados em cada edital, com um orçamento de R$45 mil. A partir da 4ª edição, em 2020, o prêmio passou a condecorar 25 Mestres, ampliando o investimento do edital para R$375 mil. Ao todo, em suas 5 edições já realizadas, o Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte contemplou 59 Mestres e Mestras, com investimento de R$885 mil.
O crescimento no número de inscritos aponta para a consolidação do Prêmio na cidade. Na primeira edição, em 2014, concorreram à premiação 30 candidatos; na segunda, em 2015, foram 19 inscritos; e na terceira, em 2019, foram 47 concorrentes. Na quarta edição o número de candidatos praticamente dobrou, chegando a 93 inscrições efetuadas, das quais 77 foram habilitadas para a etapa de classificação. Já a quinta edição, em 2022, contou com 86 candidaturas. O prêmio também cresce na diversificação das expressões e saberes culturais da tradição popular. Nos últimos anos, surgiram candidaturas abarcando saberes variados relacionados a áreas como práticas culturais de matrizes africanas vinculadas ao sagrado, literatura de cordel, circo, culinária tradicional, festas, celebrações, capoeira, contação de história, música, dança, escultura em madeira, artesanato em papel, medicina popular, benzeção E povos indígenas, entre outros.
Entre os Mestres e Mestras já premiados estão o cantor e compositor Mestre Conga (vencedor em 2014), um dos principais representantes da Velha Guarda do Samba de Belo Horizonte; Tia Zilda (2015), fundadora e 1ª Capitã da Guarda de Congo Feminina de Nossa Senhora do Rosário do Bairro Aparecida; Paulino Caldeira (2019), mestre da medicina popular atuante na Região de Venda Nova; Isabel Casimira Gasparino (2020), Rainha do Congo da Guardas de Moçambique e Congo Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário e do Estado de Minas Gerais; e Makota Celinha (2022), Coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-brasileira (CENARAB), instituição de referência na transmissão dos saberes afro brasileiros e na luta do Movimento Negro em Belo Horizonte.
Serviço
Prorrogação das Inscrições para o 6º Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte
Inscrições: Até 28 de julho de 2023 | Via Correios
Endereço: Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público – DPCA da Fundação Municipal de Cultura (Rua Professor Estevão Pinto, nº 601, Bairro Serra, CEP 30220-060, Belo Horizonte – MG).