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MPMG reafirma seu compromisso com defesa e promoção da cultura durante 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes

Fonte e foto: MMPG

Ao lado da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, do embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, e de outras autoridades, o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, falou do dever constitucional do Ministério Público de incentivo à produção audiovisual. “O artigo 215 da Constituição Federal diz que o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”, destacou.

 

Com o tema “As Formas do Tempo”, começou, na sexta-feira, 19 de janeiro, a 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes – evento responsável por inaugurar o calendário audiovisual brasileiro. Pela primeira vez, a tradicional Mostra, realizada desde 1998 na cidade histórica do Campo das Vertentes, contou com a presença do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, na solenidade de abertura e também no debate inaugural do Fórum de Tiradentes, realizado no sábado, 20. 

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Nesta edição, o evento, organizado pela Universo Produção, homenageia o cineasta André Novais e a atriz Bárbara Colen, ex-servidora do MPMG. A dupla mineira recebeu o troféu Barroco na noite de abertura, realizada no Cine-Tenda. A cerimônia contou com a presença de críticos, pesquisadores, jornalistas, artistas, convidados nacionais e internacionais, além de representantes do Poder Público.  

Na oportunidade, o procurador-geral de Justiça destacou sua satisfação em participar pela primeira vez da Mostra e também reafirmou o compromisso do Ministério Público com a defesa e a promoção da cultura. “O MP é responsável, entre outras atribuições, pela defesa da cultura, e nós temos investido recursos na cultura de Minas Gerais, através dos nossos fundos. Um dos investimentos mais recentes e muito emblemático é a restauração do Palácio da Liberdade”, informou.

Jarbas também comentou sobre a importância do audiovisual para a sociedade. “A história da humanidade é contada por meio da fala de um para o outro, de gerações para gerações. Nossos costumes vão atravessando os tempos pelos livros e pelo audiovisual. Por isso, gostaria de parabenizar todas as pessoas que fazem, pelo audiovisual, a história da humanidade”. 

Na cerimônia, a coordenadora-geral do evento, Raquel Hallak, salientou que, a cada edição, mais de 2.500 empregos são gerados, direta e indiretamente, pela Mostra, e que cerca de 180 pessoas trabalham na execução do evento. Além disso, mais de 250 empresas mineiras são contratadas, mais de R$10 milhões são injetados na economia local, mais de 35 mil pessoas são beneficiadas com a realização presencial do evento, mais de 250 mil acessos são registrados na plataforma do evento vindos de mais de 90 países e mais de 300 veículos de imprensa realizam a cobertura jornalística. “Há 27 anos, a Mostra de Cinema de Tiradentes apresenta o que há de mais significativo e promissor, o autêntico retrato da diversidade da produção cinematográfica contemporânea. Uma janela aberta para a produção, como resposta ao país. (…) A Mostra é vital para revelar o que nos move, o que nos faz sentir potentes e unidos”, pontuou.

A performance de abertura do evento foi feita pelos artistas Augusto Rennó, João Viana, Lais Lacôrte, Lira Ribas, Marcus Viana e Robert Frank, com roteiro de Chico de Paula e Raquel Hallak. 

Cultura e Democracia 

Já no sábado, segundo dia do evento, foi realizado o debate de abertura do 2° Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro, no Cine-Teatro Aymoré, localizado no Centro Cultural Yves Alves, com o tema “Cultura e Democracia: o audiovisual na afirmação da soberania nacional”. 

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Foram abordados, além da promoção da cultura e do audiovisual no contexto do desenvolvimento, da defesa da democracia e na afirmação da soberania nacional, o aprofundamento das políticas públicas, a universalização de acesso e a implantação de marcos regulatórios de proteção e estímulo ao setor. 

A mesa de debates foi composta pela ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes; pelo procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior; pelo embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain; pela secretária nacional de Audiovisual, Joelma Gonzaga; pela secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras; pela coordendora executiva do Fórum de Tiradentes e mediadora da mesa, Debora Ivanov; pelo chefe da Assessoria do Audiovisual do estado de Minas Gerais, Dom Black; e pelo secretário de estado de Cultura do Espírito Santo, Fabrício Noronha.  

A mensagem de boas-vindas foi feita pelo coordenador executivo do 2° Fórum de Tiradentes, Mario Borgneth. 

Em sua fala, Jarbas lembrou que a Constituição Federal reconhece o cinema como patrimônio cultural brasileiro e ressaltou que apoiar a cultura é dever do Estado. “O artigo 215 da Constituição Federal diz que o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. O MP tem o papel de defender a Constituição Federal e as leis de incentivo à cultura”. 

O procurador-geral de Justiça ainda observou que não são democratas as pessoas que tentam jogar a população contra os artistas e contra a cultura. “Não consigo entender como podem ficar contra as leis de incentivo à cultura, pois são leis que regulam direitos e deveres constitucionais”. 

Jarbas, que recebeu uma placa de homenagem durante o evento, também anunciou que, a partir do próximo ano, o MPMG apoiará a realização da Mostra de Cinema de Tiradentes, por meio do Fundo Especial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Funemp), que dá suporte financeiro a programas, projetos e ações sociais.   

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A ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, por sua vez, falou sobre o processo de reconstrução e de retomada das políticas públicas de cultura, após a extinção do órgão. “Retomamos as políticas do audiovisual com diálogo com o setor. O Ministério da Cultura estava de portas fechada e de costas, perseguindo o setor audiovisual brasileiro. Estamos buscando fazer com que o Ministério da Cultura cumpra a sua função, prevista na Constituição Federal. Queremos cuidar do setor cultural em todos os vieses que ele necessita”, pontuou. 

Margareth Menezes ainda falou dos recursos injetados no setor cultural pelas leis de fomento à cultura Paulo Gustavo e Aldir Blanc e destacou a importância da diversidade cultural brasileira, apontada por ela como solução, e não um problema. “É preciso olhar a cultura brasileira como uma prerrogativa de fomento, uma ferramenta de transformação de vida das pessoas. Isso é imperativo, porque, se não fizemos agora, a próxima geração vai fazer. A cultura é uma chave de desenvolvimento para o nosso país. A arte é uma benção que o povo brasileiro tem no seu DNA”, ressaltou a ministra.  

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O embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, elogiou o evento e destacou que França e Brasil têm muito para compartilhar sobre o tema debatido. “Na França como no Brasil, a questão da soberania na área da cultura é fundamental. No fim da 2ª Guerra Mundial, a França entendeu isso e encontrou os meios de regular e apoiar as produções, criando uma agência de apoio à exportação do cinema”, contou. 

Ainda segundo o embaixador, o Brasil é o terceiro parceiro da França em coprodução. “Desde o início dos anos 2000, os dois países produziram conjuntamente mais de 50 longa-metragens. É uma tendência que vai se reforçar nos próximos anos”, afirmou Emmanuel Lenain.  

A programação da 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes é totalmente gratuita e, inclui, além da exibição de 145 filmes, apresentações artísticas, oficinas e debates. As atividades se estendem até sábado, 27 de janeiro. 

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